domingo, março 30, 2014

Crítica: Masters of Doom

Nos anos 90, a Id Software se tornou um nome conhecido de todos os usuários de computador, graças a jogos como Wolfeinstein 3D, Doom e Quake. Como diz aquele programa de TV, esta é a história deles. Mais precisamente, a história de dois "Joãos": John Carmack e John Romero.

Apesar da distância nos tempos em que a internet era escassa no Brasil, lembro muito bem dos primeiros jogos da Id Software. O que eu não tinha muita ideia era o impacto e importância deles. E eu sabia quase nada sobre a empresa e seus líderes.

Em Masters of Doom, David Kushner nos trás o resultado de um trabalho amplo e sério de pesquisa. Como ele explica no final, seu objetivo era documentar não só o que as pessoas estavam fazendo, mas também as suas motivações e seu estado de espírito na época. Apesar de ser um grande fã dos jogos, pessoas e empresas, ele não se abastem de mostrar os lados menos agradáveis das pessoas.

As vidas dos dois Johns são daquelas que merecem romances. Ambos tiveram infâncias e juventudes conturbadas em famílias disfuncionais e encontraram a realização pessoal (pelo menos em algumas ocasiões) no desenvolvimento de jogos. As visões e genialidades deles (e de outras pessoas importantes da Id) se complementariam de forma perfeita no desenvolvimento do Doom. Apesar do sucesso e da fortuna, tiveram muitos momentos críticos (particularmente Romero depois que saiu da Id e fundou a Ion Storm).

Embora hoje isto não seja muito lembrado, a Id Software balançou o lado comercial dos jogos, ao lançar jogos de imenso sucesso no formato de shareware, que resultavam em vendas diretas aos usuários. Ela foi, é claro, quem popularizou o que hoje chamamos de FPS (first person shooter) e criou o termo deathmatch.

O livro não entra em detalhes técnicos, apesar de destacar que a mola propulsora da Id sempre foi os engines inovadores criados por Carmack. Foi uma surpresa ver que a imersão dada pelo jogos era na época considerada o exemplo perfeito de realidade virtual. E descobrir que Bill Gates gravou um vídeo "dentro" do Doom para divulgar o Windows 95 e DirectX.

Embora o foco seja em Carmack e Romero, o livro conta um pouco do histórico de várias outras pessoas envolvidas com a Id. E todas são "figuraças".


Veredito

Recomendado.

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