quarta-feira, janeiro 06, 2010

Divagações Sobre o Papel *NA* Informática

Nos anos 80, quando os micros começaram a universalizar a "informatização", o termo paperless office era recebido com risadinhas. De uma forma geral, a introdução de computadores foi acompanhada da criação de inúmeros formulários e a forma mais comum de distribuir e analisar dados era através de relatórios impressos. Alguns fatos recentes me fizeram lembrar desta questão.

Digitalizando Fotocópias* Antigas

Estou tentando dar uma reduzida nas coisas que tenho guardadas em casa e um dos meus achados foram algumas pastas cheias de fotocópias. Até meados dos anos 90 as fotocópias eram um meio essencial para a divulgação e armazenamento de informações, grande parte das vezes oriunda de revistas técnicas. Confesso até que imprimi muita coisa quando comecei a "surfar" na web, inicialmente por não ter acesso à internet e depois pelas dificuldades inerentes ao acesso discado.

Atualmente a principal fonte é a internet e acabamos guardando apenas o link (muitas vez nem isto, confiando que São Google ou São Bing vão achar a página de novo). No máximo um impressão para PDF, se desconfiamos que o site pode sumir.

Será que algum dos meus leitores chegou a viver no tempo em que revistas e fotocópias circulavam de mesa em mesa pelas empresas?

* O professor Edson Fregni contou uma vez um caso interessante. Em uma ocasião que ele estava na França, ele perguntou a um francês onde ele poderia "tirar um xerox". O francês não entendeu a pergunta e ficou indignado ao entender que uma marca (americana ainda por cima!) estava sendo usada para designar toda uma classe de equipamentos. A indignação aumentou ainda mais quando ele mostrou a máquina - e era um equipamento da Xerox!

Quantos Ainda Usam Fax?

Achei os comentário a parte mais interessante deste post do Jefferson Ryan sobre problemas com uma placa fax-modem. De 1986 até o começo deste século, os modems eram uma parte importante dos meus PCs (principalmente de 86 a 92, quando trabalhava em uma empresa especializada em software de comunicação de dados via modem). O meu micro atual no trabalho não tem modem; não consegui me lembrar quando foi que usei o modem que estava no micro anterior.

Lembro também da "revolução" que foi o fax, com a transmissão de uma página por linha telefônica em menos de um minuto. Os aparelhos de Telex sumiram num passe de mágica.

Alguns anos atrás, quando o aparelho de fax da minha empresa pifou, relutamos muito em comprar outro. Tenho a desconfiança que o uso maior é para fins particulares, principalmente para troca de documentos com planos de saúde.

Embora algumas pessoas e empresas ainda insistam em exigir fax, na maioria das vezes o e-mail é muito mais conveniente e eficiente.

Leitores de E-Book

A ideia é certamente antiga e implementações já existem "desde o final do século passado". Entretanto o Kindle parece ter acendido a curiosidade das pessoas e conseguido vendas significativas.

Confesso que isto me surpreende pois:
  • o formato não é o que esperaria de um aparelho destes, principalmente a inclusão de um teclado completo
  • o preço do equipamento é alto (mas vem baixando)
  • o preços dos livros é normalmente próximo ao da versão impressa
  • os livros vendidos pela Amazon estão em um formato proprietário, o que me parece preocupante considerando que os equipamentos certamente sofrerão grandes mudanças de hardware nos próximos anos. Pode-se criar o impasse entre continuar com um equipamento obsoleto ou jogar fora toda a sua coleção de livros
A "versão internacional" do Kindle não me parece interessante aqui no Brasil, apesar de me admirar com a Amazon ter conseguido manter aqui o modelo de "conectividade sem custo". Os impostos brasileiros dobram o preço já alto e fica toda a angústia quanto à garantia e assistência técnica já que o equipamento é despachado direto dos EUA.

Eu sonho com o dia de poder ter um leitor de e-book de uso tão amigável quanto um livro e que me permita receber "instantaneamente" livros estrangeiros. Acho que este dia virá ainda nesta década, mas certamente não neste ano.

Enquanto isso, no Extra...

o locutor anuncia no sistema de som "Aproveite nossa oferta: são 100, 200, 300, 500 folhas de papel para impressora por apenas ...".

Para quem já viu impressora como um sonho quase inacessível, chama a atenção um pacote de papel sulfite ser anunciado como "papel para impressora".

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