segunda-feira, abril 17, 2006

Livros do mês

Um dos meus motivadores para aprender inglês foi a coleção de livros do meu pai, principalmente os de fição científica. A minha primeira leitura de verdade em inglês foi a trilogia original da Fundação de Isac Asimov (Foundation, Foundation and Empire e Second Foundation).

Embora isto tenho sido há muito tempo atrás, ainda existem alguns livros da coleção do meu pai que não tinha lido. Um deles era o clássico (infelizmente esgotado) The Weapon Shops of Isher de A. E. Van Vogt. Algumas idéias podem hoje parecer chavão, mas provavelmente eram novidade quando o livro foi escrito. É um daqueles livros que prende o leitor, você fica sempre querendo saber o que vai acontecer. De quebra tem um tradicional paradoxo de viagem no tempo, com o personagem que só existe no curto intervalo de tempo entre ele chegar do futuro e voltar ao passado.

Ao devolver este livro acabei pegando para reler The Double Helix de James D. Watson. São as recordações da descoberta da estrutura do DNA (que de forma não esperada esclareceu o processo de duplicação dos genes). O livro não se limita aos aspectos técnicos, tratando muito da questão do relacionamento entre os envolvidos e da concorrência versus cooperação. Mostra um pouco como funciona internamente o meio científico e as suas motivações.

Resumindo uma longa história em um único parágrafo, a estrutura do DNA foi descoberta por James Watson e Francis Crick após um período relativamente curto de estudos, a partir de dados experimentais (fotografias por raio-X de cristais de DNA) obtidos por Maurice Wilkins e Rosalind Franklin num trabalho bem mais demorado. Watson e Crick utilizaram principalmente a montagem de modelos, técnica usada anteriormente por Linus Pauling para descobrir a estrutura dos amino-ácidos e desprezada por Wilkins e Rosalind. Para complicar mais a situação, as principais fotografias usadas foram tiradas por Rosalind, e usadas sem o seu conhecimento, devido a problemas de relacionamento com os demais. Watson, Crick e Wilkins vieram ganhar o prêmio Nobel por esta descoberta (e outras relacionadas), porém Rosalind morreu alguns anos antes. Embora alguns considerem Rosalind uma injustiçada, prefiro a versão presente na Wikipedia.

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